O roteiro é escrito por Drew Pearce ("Homem de Ferro 3") e Cristopher McQuarrie ("Jack Reacher- O Último Tiro"). Não trata-se do ponto forte do filme, porém cumpre seu papel de forma bem feita. O filme apresenta uma história de espionagem com elementos como agentes duplos, planos mirabolantes e situações inesperadas. Dessa forma, apresenta-se uma gama de oportunidades para uma possível incoerência de roteiro. Porém, este é muito regular. Todas as propostas que o filme promove são resolvidas e todas as tramas são fechadas. Por tratar-se de um produto de uma franquia grandiosa, existe sempre a possibilidade de mais continuações e, devido a isso, o roteiro é "obrigado" a deixar ganchos para próximos trabalhos. Porém, este não o faz. Apresenta todos os elementos da narrativa nesse filme, inclusive os vilões e os desafios do herói e tudo é solucionado no mesmo. Apesar de ser uma história tão compacta e bem fechada não impede a realização de continuações. O longa apresenta então a fórmula que todo filme de franquia deveria apresentar: uma preocupação em contar uma boa história de cada vez, sem ficar dividindo em partes um, dois e, até mesmo três. Os diálogos ão muito bem escritos e remetem a uma espécie de humor britânico imortalizado nos filmes do famoso espião 007. Aliás, "Missão Impossível" serve bem como uma resposta americana à tão aclamada franquia inglesa, porém com originalidade e estilo próprio
O ponto forte (como em qualquer outro longa da franquia) é Tom Cruise. Independente de sua qualidade como ator dramático ("Magnólia" e "De Olhos bem Fechados" já demonstram seu talento) que é discutida por pessoas no mundo todo, Tom Cruise se liberta durante as gravações de Missão Impossível. É nítido o seu empenho em tornar o filme cada vez melhor e mais realista. Não obstante, todos já sabem das cenas de ação praticamente impossíveis que o ator (já nos seus 50 anos) realiza sem a ajuda de dublês. Tais cenas promovem o filme de tal forma que convocam o público até as salas de cinema. Portanto, Tom Cruise realiza um excelente papel de marketing no filme, apenas promovendo o desejo das pessoas de verem cenas grandiosas onde o ator realmente viveu na pele. Segundo ele, este é o cinema de verdade, onde tudo é feito "realmente" e não por efeitos computadorizados. O fato de ser o 5° filme da franquia e do núcleo principal continuar o mesmo ajuda muito na identificação com o público. Luther (desde o primeiro) e Benji (desde o terceiro) são personagens extremamente caricatos que funcionam como alívio cômico ao mesmo tempo que dão para o grupo uma espécie de relação de família, onde é plausível a amizade entre os personagens. Além destes, acontece o retorno de Brandt (Jeremy Renner) que foi apresentado no Protocolo Fantasma. Seu retorno também ajuda ao filme, principalmente pela qualidade grandiosa do ator.
A franquia apresenta sempre diretores aclamados ou promissores em sua história: Brian de Palma ("Scarface"), John Woo ("O Matador"), J. J. Abrams ("Além da Escuridão - Star Trek") e Brad Bird ("Os Incríveis"). Todos estes ao serem incluídos na série já haviam demonstrado talento em trabalhos anteriores. Todavia, ganharam muita liberdade para dar aos filmes seus toques pessoais. É possível claramente perceber o estilo de direção variando de filme para filme. O diretor da vez é Cristopher McQuarrie. Apresenta apenas poucos filmes em seu currículo, dentre eles o mediano "Jack Reacher - O Último Tiro". Aqui, porém, o diretor faz um trabalho decente. As cenas de ação são muito bem filmadas e mantêm o nível preexistente na franquia. Além disso, o diretor consegue criar tensões durante o filme que incomodam (de um jeito bom) o espectador. Cristopher consegue também fazer um trabalho muito bom com a edição sonora do filme, pois a trilha está muito bem encaixada. E por falar em trilha sonora, como não citar o tema principal? Já virou um ícone da franquia e em 2015 apresenta-se nas horas devidas. A direção, portanto é satisfatória, mesmo o diretor não apresentando um traço tão original.
Outro ponto típico da franquia é a mudança constante de cenários. Aqui não é diferente. O filme passa-se em Viena, Londres, Cuba e até mesmo no Marrocos. Essa troca constante de países reforçam a ideia de uma organização poder ter tanta mobilidade pelo globo através de sua influência. O desejo de ver o filme veio da divulgação das cenas de ação de Tom Cruise. Porém, o longa entrega muito mais que isso e reforça a ideia da franquia ser uma das mais acertadas da atualidade. O filme apresenta trilha sonora envolvente, reforça o papel do ator numa produção cinematográfica, apresenta um humor sarcástico bem trabalhado, além de corresponder às expectativas nas cenas de ação, provando, mais uma vez, que "Missão Impossível" é a franquia definitiva dos filmes de ação escapistas e de espionagem.
Nota:
- Demolidor
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