quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Crítica de "A Teoria de Tudo"

Stephen Hawking é, sem dúvida, um dos maiores gênios da atualidade. Sua vida é repleta de atos de superação e, como Hollywood (e o Oscar) adora esse tipo de história, temos como indicado a melhor filme esse ano “A Teoria de Tudo”. O filme mostra um trecho da vida de Hawking. Desde o descobrimento da doença até a publicação de seu primeiro livro “Uma Breve História do Espaço-Tempo”, quando a esclerose lateral amiotrófica já se encontrava num estado avançado.

O longa foca, principalmente na relação de Stephen com Jane. Isso resulta no maior problema do filme (pelo menos para mim). O espectador vai ao cinema muito mais interessado em conhecer o trabalho de um dos maiores físicos de todos os tempos do que em conhecer sua vida amorosa. Claro, é mostrado parte de seu trabalho, mas o foco aqui é claramente o romance entre os dois. O que talvez pode deixar alguns espectadores frustrados.

Eddie Redmayne interpreta Stephen numa atuação completamente física. A maneira como o ator capta os diversos estágios da doença é brilhante. O jeito que ele se contorce e a forma como ele passa emoção mesmo quase sem se mexer também é incrível. Ele está indicado a Melhor Ator, mas não votaria nele. Além de preferir as performances de Cumberbatch (Jogo da Imitação) e Keaton (Birdman), acredito que Redmayne ainda é muito jovem e que, se continuar desse jeito, ainda concorrerá muitas outras vezes.

Felicity Jones faz Jane Hawking, a mulher de Stephen. Sua atuação também é muito boa. A grande verdade é que Jane só casou com Hawking porque sabia que ele morreria em dois anos, e queria dar os melhores dois anos para o marido. Porém, quando o tempo começou a passar, e Stephen aguentavou a doença, Jane se viu num dilema. Afinal ela não queria passar a vida inteira cuidando de Hawking. Felicity nos passa esse dilema através de sua performance. Ela também está indicada a Melhor Atriz, mas também não deve ganhar. Existem candidatas mais fortes na categoria também, como Julianne Moore (Still Alice) e Reese Witherspoon (Wild).

A direção é de James Marsh. Pode-se dizer que ele cria um filme visualmente muito bonito usando bastante as cores e o foco. Além disso, ele conduz muito bem os atores, o que é muito difícil, principalmente quando se trata de atuações gradativas. Mesmo assim, a direção e o roteiro perdem pontos por focar demais no relacionamento e muito pouco no trabalho do físico. Afinal, o filme é baseado no livro que a esposa de Hawking escreveu.

No final, “A Teoria de Tudo” é um bom filme. Tem uma indicação merecida a Melhor Filme, mesmo com poucas chances de ganhar. Com atuações excelentes, o filme retrata de uma forma tocante a vida de um dos maiores gênios da atualidade. Porém, não se pode dizer que esse é o retrato definitivo de Stephen Hawking.

Nota: 

- Bilbo

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