sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Crítica de "Invencível"

2°Guerra Mundial. Com certeza um dos temas mais debatidos nos cinemas. Já foram passados às telonas grandes batalhas, histórias de grandes heróis de guerra, massacres etc.. "Invencível" chega as telonas como um novo filme do gênero, mas se diferencia em diversos aspectos. O filme conta a história de Louie Zamperini (Jack O'Connell), um corredor olímpico americano que está lutando a Guerra. Após sofrer um acidente de avião, Louie é capturado pelos japoneses e assim desenvolve-se sua jornada pela sobrevivência.

Depois de ter visto o longa percebe-se que Louie é um grande herói. Tornou-se um exemplo de superação e perdão, devido a seus atos que são inspiradores. Era mais que justo uma pessoa tão importante, mas tão pouco conhecida, ser levada ao grande público. Através da direção da humanitária Angelina Jolie e do roteiro escrito em parte pelos Irmãos Coen, o filme tinha tudo para ser excelente. Excelente não foi, mas teve seus momentos. O roteiro oscila muito. A primeira metade do filme é espetacular. O público consegue se apegar aos personagens facilmente e as cenas conseguem ser extremamente dinâmicas. Mesmo nas cenas sem ação, o roteiro desenvolve diálogos importantes que ajudam a caracterizar bem o protagonista. A segunda metade, porém, possui diversos deslizes. O longa torna-se demasiado lento e o roteiro perde aquele apego aos personagens. Tudo bem que Louie continua sendo querido pelo público, porém os personagens coadjuvantes tornam-se extremamente dispensáveis. Além disso, o filme cede ao antigo clichê de caracterizar os japoneses como os vilões. Certamente existiam japoneses que torturavam impiedosamente por prazer, porém também existiam pessoas que apenas faziam aquilo devido às cirscunstâncias da guerra. Isso tira um pouco a humanidade dos japoneses e faz com que o filme torna-se o típico drama americano onde os EUA estão certos sempre.

A direção é de Angelina Jolie. É apenas o segundo longa que ela dirige, mas ela se sai bem. Os movimentos de câmera são bem fluídos e acompanham os personagens. A edição do filme é muito boa, o corte de uma cena para a outra é muito cuidadoso. A fotografia usada é belíssima. Visualmente é uma excelente reconstruição histórica, com paisagens muito bem usufruídas. O grande problema da direção é o receio da Angelina de cortar algumas cenas desnecessárias. Não que estas sejam ruins, mas tiram o dinamismo do filme e tornam o longa demasiadamente longo. A trilha sonora entra nas cenas certas, com uma música emocionante e condizente com a cena. Aliás, existem cenas irretocáveis, onde Angelina mostra que pode ir longe. Talvez tenha sido precipitado ela filmar Invencível no início de sua carreira, pois com experiência por trás das câmeras, Angelina poderia ter feito um trabalho infinitamente superior.

A atuação de Jack O'Connell é boa. Ele consegue sustentar o filme todo sozinho, mas é bastante facilitado pela personalidade de Louie.O ator não é excelente, mas consegue fazer desse papel um grande salto para a sua carreira. Sua atuação deve ter sido bastante facilitada pela direção de Angelina Jolie, que preza primeiramente dirigir seus atores. O longa é uma grande homenagem a Louie que veio a falecer em 2014. Com certeza é uma história que precisa ser conhecida. Mas talvez o filme não tenha sido ideal para contar essa história. Apesar de tudo, a diretora apresenta potencial para trabalhos melhores, assim como o ator principal que consegue se destacar.O filme foi lembrado pela Academia ao ser indicado a 3 Oscars, porém todos relacionados a especializações técnicas. Dirigido por Angelina Jolie, "Invencível" entre altos e baixos, emociona ao mesmo tempo que entedia.

Nota: 

- Demolidor

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