sexta-feira, 18 de julho de 2014

Crítica de "Planeta dos Macacos: O Confronto"

Em 1968, chegava aos cinemas mundiais o filme "Planeta dos Macacos". Muito desacreditado na época, o longa foi um sucesso de audiência e crítica. Devido a seus avançados efeitos visuais na parte das máscaras e um roteiro de ficção científica redondo, o filme ainda pode ser bem avaliado nos dias atuais. Porém, após esse enorme sucesso, os produtores começaram a inventar. Foram feitas quatro continuações seguidas para o filme, o que tirou a seriedade da franquia e de seus personagens. Além disso, a qualidade só ia caindo até que depois de um tempo, os produtores desistiram dos macacos. Até que em 2001 o diretor Tim Burton ("A Fantástica Fábrica de Chocolate", "Os Fantasmas se Divertem") teve a oportunidade de reviver a franquia. Porém com um roteiro desastroso e com a protagonização de Mark Wahlberg sem muita força, o filme foi um fracasso. Eis que em 2011 surge o filme "Planeta dos Macacos: A Origem". Se desse errado, seria com certeza o fim da franquia que até o momento só possuía um filme a se levar a sério. Ainda bem que o filme contou com efeitos especiais primorosos, uma direção simples e eficiente, um roteiro convincente e atores que merecem destaque (principalmente James Franco e Andy Serkis). O filme acertou em diversos aspectos que o levaram a ser analisado como bom. Depois dessa básica aula de história sobre uma das franquias mais importantes no ramo da ficção científica chegamos a estreia de "Planeta dos Macacos: O Confronto", a direta continuação do filme de 2011.

A história se passa depois dos acontecimentos de "Planeta dos Macacos: A Origem". A humanidade sofre de uma epidemia viral e uma raça de macacos avançados domina uma região florestal. O conflito do filme se dá quando os humanos precisam usar a energia de uma represa que fica dentro da reserva florestal onde os macacos se situam. Começa ai um jogo de interesses entre os humanos e os macacos, mas mal se sabe que membros da mesma espécie podem se manipular. O roteiro do filme não é um dos mais originais. É basicamente a história de dois povos com objetivos diferentes que precisam de um mesmo instrumento. Porém, o filme não se prende aos estereótipos do roteiro e consegue criar um clima de suspense enorme. Além disso, o longa não apresenta um lado "certo": o espectador é apresentado aos dois lados e cabe à ele julgar qual é o correto. Porém, o roteiro com suas sutilezas consegue confundir a cabeça do espectador e, chega um momento que percebe-se que não há lado certo. O roteiro também brilha na apresentação dos personagens e principalmente no desenvolvimento de cada um deles, especialmente do protagonista Cesar (Andy Serkis). Seu desenvolvimento já vem sendo trabalhado desde o primeiro filme e aqui continua numa ascendência muito boa. O macaco consegue ser um personagem forte e carismático. A relação de Cesar com o humano principal Malcolm (Jason Clarke) também possui um bom tom, evoluindo do medo, ao respeito e admiração.

A direção é de Matt Reeves. Ele consegue conduzir o espetáculo sem a fama cair sobre seus ombros. O diretor se preocupa em carregar o filme duma forma fluída, fazendo as tomadas certas para emergirem o espectador no filme. O jogo de câmera de Reeves é muito bom e é perceptível as cenas em que Cesar está com os macacos e ele se destaca dos demais. Esse destaque não é feito pela aparência e nem pela movimentação do personagem, mas pela movimentação da câmera que sempre coloca o líder numa posição elevada. Ele frisa em mostrar o quanto os macacos são inferiores a Cesar. O elenco do filme está muito bem. Andy Serkis no papel de Cesar está excelente, tanto na parte técnica quanto na parte física e de movimentação. O ator consegue passar sentimentos fortes à seu personagem e em nenhum momento o espectador se questiona de que não se trata de um macaco real. O elenco da parte dos humanos não possui muitos destaques. Jason Clarke está bom no seu papel principal, sem chamar muita atenção. Gary Oldman merece destaque por uma ótima interpretação, mas que às vezes beira ao limite do exagero.

Os efeitos especiais são excelentes. Só de pensar que todos aqueles macacos são feitos graficamente com aquela perfeição, dá arrepios. O trabalho feito é notável, pois não é uma coisa simples misturar CGI com atores humanos num mesmo planos durante 2 horas! Mas tudo foi feito da melhor forma possível para que os efeitos pudessem ser apreciados pelo grande público. Além disso, os efeitos são muito bem usados nas cenas de ação. Aliás, as cenas de ação são extremamente empolgantes. Existe coisa melhor que macacos montando cavalos com armas na mão destruindo prédios? Mas, mesmo empolgando, as cenas de ação não são jogadas do nada, elas fazem parte do roteiro. É isso que faz com que o filme não se misture com outros "blockbusters" de ação, suas cenas têm um contexto. O filme conta com um roteiro simples, mas bem trabalhado, cenas de ação empolgantes e efeitos especias de encher os olhos de lágrima que fazem com que a franquia ganhe cade vez mais força.

Nota: 

- Demolidor

Um comentário:

  1. Filme bacana com lições importantes sobre confiança, liderança e amor.

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