sábado, 10 de maio de 2014

"Forrest Gump"

"Minha mãe sempre disse que a vida é como uma caixa de chocolates, você nunca sabe o que vai encontrar". Este é o resumo de "Forrest Gump - O Contador de Histórias". Esta frase ficou marcada desde o lançamento do filme, em 1994, pois não só resume o tema central do filme, como também a vida das pessoas. E que melhor jeito de transmitir essa ideia senão por uma pessoa incapacitada intelectualmente que, como uma criança, é inocente e incapaz de mentir?
O filme é dirigido por Robert Zemeckis (Trilogia "De Volta para o Futuro"), baseado no livro de Winston Groom. Seus defeitos são poucos, ele acerta em todos os aspectos fundamentais para um filme memorável: Roteiro, elenco, direção, visual (não somente os efeitos especiais, mas a fotografia, os cenários, os figurinos, etc.), não é à toa que ganhou seis Oscars: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator (Tom Hanks), Melhor Roteiro Adaptado, Melhores Efeitos Especiais e Melhor Edição.
Mas, deixando os aspectos técnicos de lado, por que a história de Forrest é tão aclamada mundialmente? A principal resposta é identificação. Todos nós temos dificuldades em algumas coisas e, ao vermos um personagem com dificuldades parecidas, nos identificamos com ele. Além disso, o filme é uma lição de vida, pois nos mostra-a da forma mais inocente possível. Um homem de QI baixo nos contando sua vida em um banco numa praça qualquer, enquanto espera o ônibus. É como se o espectador estivesse sentado ao lado dele e o diretor posiciona a câmera em cima do banco justamente para nos passar essa sensação. 
Pode-se dizer que Gump viveu de tudo: futebol americano, exército, tênis de mesa, corrida... Viu pessoas irem e virem, mudarem e manterem-se as mesmas, e essa história dele nos é contada impecavelmente através das músicas. Fora a trilha sonora inesquecível de Alan Silvestri, existem canções ótimas no longa: "For What It's Worth", "Sweet Home Alabama", "Blowing in The Wind" e muitas outras.
O filme também introduz uma grande questão "Nós que fazemos nosso destino ou ele já está preparado?" que mantém o espectador pensando até depois do longa acabar. Alguns dizem que o filme deixa a pergunta mas não se preocupa em responder. Eu digo o contrário. O longa dá a resposta dessa questão de forma sutil. A música que Jenny toca no violão é "Blowing in The Wind" de Bob Dylan, cujo refrão diz "The answer is blowing in the wind." (A resposta está sendo soprada pelo vento). Quem é soprada pelo vento no filme? A pena da cena de início e de conclusão. A pena é a resposta! Justamente a cena que parecia não fazer sentido, é uma das mais importantes. O destino (Forrest) está aguardando a pena e não importa quantas voltas ela dê e o quão longo seja o caminho. Se o destino já está planejado? Só posso responder uma coisa: "A vida é como uma caixa de chocolates, você nunca sabe o que vai encontrar.".


- Bilbo


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