sexta-feira, 7 de março de 2014

Crítica de "300 - A Ascensão do Império"

Em 2007 estreava em cinemas brasileiros o desacreditado filme "300". Dirigido pelo até então desconhecido Zack Snyder e contando no elenco com os pouco conhecidos Gerard Butler e Michael Fassbender, o filme surpreendeu a crítica e o público, tornado-se um clássico imediato. Passam-se 7 anos e o filme ganha uma continuação. Nesse meio tempo, Zack Snyder fortaleceu-se com um bom diretor de filmes com super-heróis ("Watchmen", "O Homem de Aço"), Gerard Butler emplacou nas comédias românticas americanas e Michael Fassbender tornou-se um astro, além de produzir boas pérolas com o diretor Steve McQueen. "300 - Ascensão do Império" é a adaptação da HQ de Frank Miller "Xerxes". A história passa-se paralela à Batalha das Termópilas (a batalha dos 300 de Esparta). O filme acompanha a Batalha da Salamina entre os atenienses liderados por Temístocles (Sullivan Stapleton) e os persas liderados por Artemisia (Eva Green).

O roteiro do filme é escrito pelo próprio Zack Snyder em parceria com Kurt Johnstad (os dois trabalharam juntos no primeiro filme). O roteiro é bem feito. A única indagação que ele causou é o fato do filme ser a adaptação da HQ do Xerxes. Afinal, no longa vemos o personagem em alguns seletos momentos. A grande parte do filme concentra-se em Temístocles e Artemisia . Esses personagens são bem desenvolvidos. Mesmo com um curto espaço de tempo, entendemos a motivação que cada um tem pela batalha. Porém, nenhum deles chega aos pés de Leônidas. Existem alguns personagens descartáveis que só servem como um drama ou redenção e estes poderiam ser excluídos. Os diálogos no lardo persa são rápidos e fervorosos, porém na parte grega os diálogos demoram e entediam. O filme como é paralelo ao filme antecessor, consegue fazer muitos acertos em relação as referências. A todo o momento alguém apresenta algum fato que nos remete ao filme original. Mas, mesmo assim, o filme continua tendo sua história própria, com alguns problemas de personagens e diálogos. Mesmo parecendo ser histórico, os acontecimentos do filme não devem ser levados a sério historicamente. O filme apresenta alguns discursos empolgantes que relembram grandes discursos como o do icônico William Wallace em "Coração Valente".

A direção é de Noam Murro ("Vivendo e Aprendendo"). Seu estilo de direção não é original, porém é eficiente. As famosas cenas em "slow-motion" são bem feitas, porém não chegam aos pés das cenas dirigidas por Zack Snyder. Noam, entretanto, consegue criar um ambiente plausível e o figurinista contribuiu para isso, apresentando as roupas usadas pelos personagens na HQ. A direção de Noam nas cenas de combate é excelente e vai acompanhando a empolgação do espectador. A direção dele parece de algum jogo de "video-game". Muitas pessoas não gostarão do estilo da direção, mas ela serve perfeitamente para a mitologia do filme. O único problema do filme na parte visual é o sangue. É um fato que o sangue é extremamente falso. Mas, ficou a dúvida se era proposital para abaixar a censura ou se foi defeito da equipe de efeitos. Parece que foi a primeira opção, afinal o filme que já possui cenas fortes, com sangue real possuiria a censura alta.

O elenco do filme é mediano. Sullivan Stapleton ("Caça aos Gângsteres") apesar de conduzir bem os seus momentos no filme, não convence. Falta ao ator a emoção e a paixão necessárias para interpretar um grande herói grego. Já Eva Green ("007: Cassino Royale") possui uma atuação primorosa. Como ela interpreta a "vilã" do filme, muita responsabilidade cai em seus ombros. Mas ela consegue passar muito bem sua imagem de má, além de impôr à personagem sentimentos e reações que ajudam ao crescimento da história. Os atores coadjuvantes quando acionados respondem bem, destaque ao brasileiro Rodrigo Santoro que conduz bem suas cenas como Xerxes. O filme é divertido e recomendável para se ver com os amigos. Uma distração que empolga, emociona e diverte. Apesar de não ser comparável ao seu antecessor, o filme cumpre o que prometeu: batalhas épicas repletas de sangue e bons personagens.

Nota: 

- Demolidor

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