sábado, 8 de fevereiro de 2014

Crítica de "Uma Aventura Lego"

A empresa Lego literalmente moldou a infância de muitas pessoas. Desde o século passado, onde a grande diversão era montar coisas brincando com as peças Lego. Porém a Lego não ficou só no passado. A empresa entendeu que o videogame seria uma grande indústria do entretenimento e investiu em jogos de franquias estabelecidas no cinema ou até mesmo nos quadrinhos, moldando assim a infância das crianças atuais. Mas voltando a falar da brincadeira de montar. Sempre vinham muitas instruções, porém o mais divertido era criar sua própria história. E é exatamente disso que o filme "Uma Aventura Lego" trata. Emmet é um Lego comum até que é confundido com um suposto herói de profecia por ter achado a peça de resistência, capaz de salvar o mundo do perverso Sr. Negócios, o presidente do país. Emmet parte então numa jornada a fim de salvar seu mundo e provar a si mesmo que não é um Lego qualquer. A história do filme é uma grande metáfora às pessoas que brincavam com seus Legos seguindo as instruções e que deixavam de se divertir de uma forma muito mais simples, apenas juntando as peças e criando combinações malucas.

O roteiro é de Phil Lord e Cristopher Miller (a dupla de "Tá Chovendo Hambúrguer" e "Anjos da Lei"). É perceptível o fato deles serem fãs de Lego e, principalmente, das franquias que já viraram produtos Lego. Quem nunca sonhou em um crossover entre "O Senhor dos Anéis" e "Star Wars"? Ou "Os Simpsons" e "Harry Potter"? Além dessas franquias, muitas outras são mencionadas. Inclusive, um dos personagens principais é o Batman. No filme ele tem um desenvolvimento mais cômico, e, incrivelmente não desrespeita o verdadeiro fã do Batman. Ao contrário, o fã do Vigilante de Gothan anseia por sua próxima aparição. Além de desenvolver boas características cômicas no Batman, o filme também consegue fazer piadas geniais sobre os Universos de cada franquia. Para aqueles que entendem as referências, a sensação é de nostalgia e saudade. Mas, voltando ao roteiro do filme, Emmet tem uma boa apresentação, seus conflitos emocionais são bem demonstrados, assim como suas características caricatas. Os outros personagens secundários são bem usados como apoio e sempre dão conta do recado quando exigidos. O vilão, porém, é meio clichê e bobo. Além do vilão, algumas partes do roteiro são bem superficiais e fulas. Mas, tratando-se de uma animação voltada para crianças isso é tolerável. O roteiro também apresenta partes emocionais desnecessárias, tentando introduzir uma carga dramática forçada.

A direção também é de Phil Lord e Cristopher Miller. Os diretores conseguem mostrar uma explosão de cores e peças na tela que focam no detalhismo. Vêem-se peças voando, algumas peças desmontando (lembrando muito os jogos de videogame da Lego), além de um plano de fundo muito bem usado. A forma como o filme começa já nos dá a ideia de que toda a animação é feita pensando nos mínimos detalhes, sempre sendo fiel aos materiais originais. Os ângulos usados pelos diretores para cada cena são bem selecionados e, existem alguns momentos em que a câmera passa pela cidade de forma naturalíssima e demonstra a vida de cada Lego. A animação é mesclado em CGI e stop-motion. Isso é genial! Afinal é a mistura da forma mais usada atualmente (CGI) e a forma clássica que nos relembram a arte de fazer animação (stop-motion). A junção desses dois elementos é leve e não é feita de uma forma difícil de processar. O 3D do filme é muito bem feito. Existem cenas em que realmente sentimos o objeto vindo em nossa direção.

A fotografia do filme é belíssima. Todo o cenário é feito de Lego e este é muito bem usado, servindo de palco para o desenrolar da história. Além disso o filme apresenta uma beleza visual marcante, misturando cores e formas sem medo de errar. As ambientações também são sensacionais. Existem algumas cenas que se passam no Velho Oeste. Nessas cenas, vemos uma ambientação fiel ao período histórico ao mesmo tempo que vemos esta construída completamente com peças de Lego. Outra coisa que merece um crédito é a música principal. É impossível sair do cinema sem cantar "Tudo é Incrível". A versão dublada foi bem adaptada da canção original. Aliás, a dublagem brasileira além de traduzir as palavras do inglês para o português, é localizada, ou seja, gírias americanas são transformadas em gírias brasileiras de forma orgânica.
O filme apresentará uma continuação e (provavelmente) uma franquia. O filme é divertido para todos os públicos e para aqueles fãs da empresa ou das franquias existe um sabor a mais. Graficamente e visualmente perfeito, o filme apresenta personagens consagrados de forma nonsense, pecando apenas pelos clichês apresentados.

Nota: 

- Demolidor

Um comentário:

  1. Certamente uma história cheia de criatividade. Note-se o negócio, que era apenas um ponto pisitivo história de sucesso entre o meu favorito é o seguinte: Will Arnett , que já participou de histórias de outras crianças e sempre conseguido grandes personagens.

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