sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Crítica de "Clube de Compras Dallas"

A AIDS foi uma doença gravíssima, que se intensificou nos anos 80. A doença matou milhões de pessoas em todo o mundo. Decorrente desse problema gravíssimo, filmes usaram dessa temática para contar uma boa história. Exemplo disso é o filme "Filadélfia" protagonizado por Tom Hanks e, agora, "Clube de Compras Dallas". O filme é baseado em fatos reais e conta a história do eletricista texano Ron Woodroof (Matthew McConaughey) que recebeu o diagnóstico da doença e tentou tratar-se com remédios do hospital. Após descobrir que aqueles remédios não melhoravam nada, Ron juntamente com seu parceiro de negócios Rayon (Jared Leto) abre o Clube de Compras Dallas, onde eles tentam ajudar os aidéticos com remédios e medicamentos que pudessem funcionar.

O roteiro é de Craig Borten e Melisa Wallack ("Espelho, Espelho Meu"). Apesar da história ser boa e os personagens terem características que os tornam forte, o roteiro peca na apresentação dos personagens. O desenvolvimento dos personagens é quase sempre superficial e as partes emotivas são extremamente forçadas. Além disso, o clímax do filme não é bem introduzido. O público não consegue perceber a conclusão da história, devido a falta do clímax. Porém o roteiro possui coisas boas também. Os diálogos são sensacionais e algumas piadas são excelentes. Além disso, o roteiro consegue mostrar a evolução de Ron por meio de sua relação com Rayon. Enquanto no início Ron discriminava Rayon por ser homossexual, no meio do filme já percebemos que a relação de respeito entre eles já mudou e que Ron como uma pessoa também mudou, se importando com pessoas que antes ele discriminava.

A direção é de Jean-Marc Vallée ("C.R.A.Z.Y."). A direção dele é simples, mas existem partes em que ele exagera. Existe algumas cenas que acabam com a imagem congelada e depois já começa outra cena. Tudo bem o diretor usar isso um ou duas vezes (Tarantino faz isso em quase todos seus filmes), porém ele abusa desse artifício, fazendo com que toda a cena do primeiro ato do filme acabe desse jeito. Isso irritou extremamente. As tomadas que o diretor usa são extremamente clichês e ele não faz nenhuma inovação no quesito movimento de câmera. A fotografia do filme não é muito bem trabalhada e a montagem tem esse grande problema no primeiro ato, mas no resto ela funciona bem. A maquiagem do filme é excepcional e demonstra uma sutileza e detalhismo incríveis.O figurino também é bem trabalhado, fazendo com que cada personagem tenha seu figurino próprio. Com a junção da maquiagem e figurino obtivemos personagens caricatos determinados por suas roupas e expressões faciais.

O elenco é o ponto forte do filme. Matthew McConaughey ("Amor Bandido") apresenta uma ótima caracterização e interpretação, demonstrando não ser mais o ator das comédias pastéis americanas. Outro ponto que demonstra como sua atuação é boa, é o fato dele ser privado da sua aparência que agrada o público feminino (presente nos outros filmes) para viver um personagem que não tem nada a ver com ele de uma forma brilhante. Jared Leto também está excelente no papel. Mesmo tendo um papel caricato, o ator consegue driblar isso e ir além. Ele consegue passar emoções diferentes em um personagem difícil, que muitos atores não aceitariam fazer. Ele, igual ao seu companheiro de filme, também foi privado de sua aparência, mas nem por isso teve uma atação ofuscada. Pelo contrário, teve uma ótima atuação que deixa o público ansioso para sua próxima participação. O resto do elenco coadjuvante consegue trabalhar bem e não prejudicam o filme. O filme tem 6 indicações ao Oscar (melhor filme, melhor ator - Matthew McConaughey, melhor ator coadjuvante - Jared Leto, melhor roteiro original, melhor maquiagem e melhor montagem). O filme merece os prêmios para os atores, mas nos outros existem muitos outros filmes melhores. O filme possui grandes atuações e uma boa história, que não é bem aproveitada pela preguiça do roteiro e pela falta do clímax.

Nota: 

- Demolidor

Nenhum comentário:

Postar um comentário