segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Crítica de "Caçadores de Obras-Primas"

“Esse filme vai ser legal!” - dizia eu ao ver o trailer. George Clooney, Matt Damon, Bill Murray, John Goodman, entre muitos outros no mesmo filme! É quase que um “Mercenários” menor. Bom, eu e todos os que pensaram assim estávamos enganados. Pelos pôsteres, cartazes, trailers, tudo indicava um filme com muita ação, mas, mesmo assim, com uma boa história. Mas o longa contradiz essas indicações, pois é arrastado demais e possui uma história muito arrastada e com muitos furos, além dum mau desenvolvimento de personagem. Pouco depois de sair do cinema, ao parar para pensar no filme, o espectador percebe a quantidade de erros no roteiro de Clooney, que também é diretor. Claro que é legal ver o Bill Murray trabalhando junto com o John Goodman, mas em termos de história, isso não faz o menor sentido, pois já passaram da idade (e do peso…) de servirem ao exército. O longa tenta explicar, mas mesmo assim continua muito forçado. Para não falar só mal do filme, também é preciso ressaltar os pontos bons. Eles partem duma premissa muito legal, que como o próprio nome já diz, trata-se de Caçadores de Obras-Primas. Sete homens que têm como missão resgatar quadros e esculturas roubadas pelos nazistas. É “baseado” em fatos reais, mas muita coisa é inventada para deixar o filme mais dinâmico. E é aí que está o problema. Ele não fica mais dinâmico. Os diálogos são longos e chatos, a ação é escassa, e o filme é cheio de cenas desnecessárias, ao ponto de, ao sair do cinema, o espectador realizar que o longa poderia ter durado apenas trinta minutos.
O elenco pode ser considerado o ponto bom do filme. George Clooney não está em sua melhor forma, também, havia acabado de sair de “Gravidade”, um dos melhores filmes do ano passado. Como ator, ele até se sai bem, mas como diretor e roteirista… Matt Damon está bem também. Ele é um bom ator quando resolve ser. Mesmo com um personagem sem profundidade, ele consegue extrair uma atuação razoável. Temos também Bill Murray, que não está mais em sua melhor forma também, mas só de vê-lo de soldado, os fãs de “Os Caça-Fantasmas” já vão estar satisfeitos. John Goodman é a mesma história de Murray. Já esteve melhor, mas ainda assim continua bem. Cate Blanchett é provavelmente a única personagem feminina do longa. Sua atuação está ótima como quase sempre, além de seu francês, ela parece mesmo francesa no filme. Impressionante. Completam o elenco Jean Dujardin, Hugh Bonneville e Bob Balaban, como os outros três caçadores. O filme explora pouco a fotografia, algo que, se fosse melhor trabalhado, poderia elevá-lo à um novo patamar, ainda mais quando estamos falando de um filme de guerra, onde é preciso distinguir o “bem” do “mal”, dentre muitas outras coisas. O longa também não usa muitos efeitos visuais, mas quando eles existem, são bem feitos. A ambientação da Segunda Guerra Mundial também é ótima, completamente verossímil. Bom, George Clooney nunca foi diretor. Que já dirigiu longas, já; mas nunca foi um diretor. Ele sempre foi o “galã” dos filmes. O protagonista que salva o dia. O problema é que como diretor, ele não salva nada. A direção é funcional, mas no limite do assistível pro ruim. Ele escolhe mal os ângulos e o ritmo do filme é bem ruim. Era muito melhor que ele tivesse simplesmente contratado um diretor eficiente, ao invés de tentar mexer onde não deve. Parece que não aprendeu nada com Alfonso Cuarón. É um filme chato que prova que as aparências enganam. Dá a entender que os atores que não foram chamados pr’Os Mercenários estavam criando tentar uma franquia. Tomara que não consigam, porque em um só filme já decepcionam e esgotam a paciência do público.

Nota:

- Bilbo

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