domingo, 2 de fevereiro de 2014

Crítica de "Álbum de Família"

"Nenhuma família é perfeita." É basicamente essa frase que o filme tenta transmitir. Aliás, o longa chega a leva-la ao extremo! Dirigido por John Wells, um nome sem peso, o filme busca uma forma de passar essa mensagem. Para isso, conta a história de uma família longe de ser padrão. Para falar a verdade, o longa não possui uma trama central, mas uma série de tramas secundárias - uma para cada integrante da família. Mas, mesmo assim, concentra-se mais na personagem de Meryl Streep (Violet) que contava com problemas de álcool e drogas e após a morte de seu marido, as coisas pioram. O resto da família se reúne no dia do funeral e daí o longa se desenrola. O roteiro consegue desenvolver bem seus personagens e a relação entre eles criando uma família acreditável. Mesmo assim, excede na tentativa de tentar provar a frase antes citada. O melhor dele é que não termina com mais um "e viveram felizes para sempre", deixando assim, o filme e a família mais acreditável ainda. Algumas pessoas devem reclamar que o longa não tem fim, mas essa é a proposta dele, porque, como já citado, não existe uma trama, o que torna impossível encerrar uma. O que existe são os arcos dos personagens, e esses são fechados, o que significa que o filme se encerra sim, apesar de muitos não compreenderem isso.
É o típico filme de elenco. Onde este é o fator principal para o longa cumprir seu papel. Além dessa característica, ele também conta com nomes pesados que não decepcionam. Meryl Streep interpreta muito bem a mãe com problemas de depressão, alcoolismo e drogas. Ela transmite uma bipolaridade verossímil e demonstra grande esforço no papel, ainda mais por ter raspado o próprio cabelo para faze-lo. Julia Roberts convence no papel (filha de Meryl), mas perto dos outros atores, percebe-se uma certa inferioridade na sua atuação. O longa também inclui Ewan McGregor, o separado marido de Barbara, a personagem de Roberts. Ele consegue fazer uma boa atuação, mas nada que chame muito a atenção. O que chama a atenção mesmo é a atuação de Benedict Cumberbatch (Little Charles). O Sherlock Holmes da série "Sherlock", o Khan de "Star Trek - Além da Escuridão", o Smaug de "O Hobbit", mostrou mais uma vez sua versatilidade, é incrível o modo como muda de personagens e continua com atuações impecáveis. Ele não possui um papel muito importante no longa mas mostrou que veio pra ficar. Ele "apareceu para o mundo" no ano passado e já é uma das grandes estrelas de Hollywood. Arrisco a dizer que vai se tornar um dos grandes nomes dessa geração.
O filme não possui efeitos visuais, mas usufrui bastante da fotografia. Mantém os ambientes dentro da casa muito escuros para mostrar a depressão dos que estavam lá, além de retratar o luto dos familiares de Beverly, que havia falecido. Enquanto isso, as cenas fora da residência, apresentam uma fotografia esbranquiçada, com belas paisagens, para fazer o contraste com a situação da casa. Também usa um pouco a maquiagem. Ela se evidencia no personagem de Ewan McGregor, que não é o Obi-Wan Kenobi da nova trilogia de "Star Wars", nem o protagonista de "A Ilha", filme de Michael Bay.
A direção de John Wells não é das melhores. Ele aproveita mal os ângulos de câmera, filmando pessoas de costas às vezes por muito tempo, deixando o espectador nervoso para enxergar o rosto dos personagens. Mas isso não é bem dosado como em "O Poderoso Chefão" por exemplo, o diretor exagera nisso. Com poucos filmes no currículo - ele vem da televisão - Wells escolheu bem um filme para começar, afinal, possui muitos diálogos e pouquíssimas cenas de ação, deixando-o de certa forma fácil para a direção. O diretor conseguiu realizar uma boa montagem. Mesmo assim, ainda erra em certos cortes prolongando cenas desnecessárias para o desenrolar da trama.
O longa leva o mérito por não insistir em famílias "perfeitinhas" e mostrar que todas as famílias são bem diferentes usando atores de peso, mas acaba excendendo um pouco nessa tentativa criando uma família praticamente de loucos em cenas desnecessárias que estão ali para fazer o espectador rir.

Nota: 

- Bilbo

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