terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Rocky

Em 1976 estreava nos cinemas "Rocky", um filme que contava a história de um boxeador da Filadélfia. Era um filme rodado em menos de um mês, de baixo orçamento (apenas 1 milhão gastados) que arrecadou não só 117,23 milhões nos EUA, mas o amor de milhares de fãs, fora as 10 indicações ao Oscar e três estatuetas conquistadas. O filme era escrito e protagonizado por "um tal de" Sylvester Stallone, que havia pensado no personagem após ver uma luta de boxe onde Chuck Wepner, um lutador desconhecido, aguentou os 15 rounds com Muhammad Ali. A base do personagem era lutar com adversários mais fortes e aguentar até o final, independentemente do resultado da luta. Stallone foi vender o roteiro com a condição de que ele mesmo iria protagonizá-lo. Os produtores chegaram a oferecer 150 mil dólares para que deixasse o papel para Ryan O'Neal. Eles acabaram aceitando o papel de Stallone desde que o orçamento fosse abaixo de 1 milhão de dólares.

Depois de todo o sucesso do primeiro, estava na hora de vir uma sequência, e ela chegou em 1979, três anos depois. Conhecido no Brasil como "Rocky II - A Revanche", o longa apresentava exatamente o que o título insinuava, a revanche de Rocky Balboa contra Apollo Creed (Carl Weathers). Neste filme Rocky tem um filho com Adrian (Talia Shire), sua esposa. Esse filme, Stallone não só escreveu e atuou, como também dirigiu. O final é grandioso e encerra a história perfeitamente. Uma continuação não seria necessária, mas as pessoas falaram a mesma coisa sobre o primeiro filme.

"Rocky III - O Desafio Supremo" chega em em 1982 (mais um vez, depois de um intervalo de três anos) para encerrar a suposta trilogia do pugilista. Na trama, Rocky já era famoso, assim como Stallone na vida real. Apesar de muitos não saberem, o longa lançou a música Eye of the Tiger da banda Survivor e ainda foi indicado ao Oscar de melhor canção original por ela. Apesar do que o público pensava, a continuação não ficou forçada e manteve o nível dos dois primeiros. Pronto. A trilogia estava encerrada.

Parece que as pessoas se enganaram porque três anos depois vinha "Rocky IV", novamente com direção, atuação e roteiro de Sylvester Stallone. Este longa evidencia o grande embate da Guerra Fria entre os EUA e a URSS, mostrando a América como o ideal com Balboa, e a União Soviética como os ilegais, com o lutador Ivan Drago (Dolph Lundgreen), que, além do uso de drogas, espancou Apollo, que era o atual treinador de Rocky,

Cinco anos depois o mundo veria "Rocky V". Considerado por muitos o pior da franquia, o longa não é dirigido por Stallone, mas por John Avildsen, que havia dirigido não só o primeiro Rocky, mas também os três "Karate Kid" originais. Desta vez o oponente de Balboa é Tommy Gunn, um garoto que foi treinado por Rocky, mas abandonou-o depois da fama e do dinheiro subirem-lhe a cabeça. Neste filme, o protagonista desenvolve um sério problema no crânio e decide parar de lutar ainda no primeiro ato. Mesmo assim, acaba quebrando essa decisão com a luta final que, pela única vez, ocorreu na rua e não num ringue.

Em 2006, 16 anos depois do último filme, Stallone volta, desta vez bem mais velho. Sua esposa está morta e ele vive apenas de recordações. Enquanto isso, o boxe está entrando em decadência. O campeão Mason Dixon já é questionado por nunca ter enfrentado um lutador de peso. Após uma série de ocorrências, Rocky percebe que não está feliz com a sua vida e resolve voltar aos ringues para uma última luta, que acaba sendo com o atual campeão, Dixon. Quem não fica nada contente com sua decisão é seu filho Robert Balboa Jr (Milo Ventimiglia), que já vivia à sombra do pai e agora as coisas iam piorar. Stallone solta um dos grandes discursos motivacionais da história do cinema com: "Ninguém vai bater mais forte do que a vida. Mas não é sobre o quanto você consegue bater. É sobre o quanto você consegue aguentar a pancada e seguir em frente. É assim que se vence!" O filme é cheio de flashbacks que fazem o espectador lembrar da vida do boxeador, possuindo uma edição excelente e uma trilha sonora já consagrada muito bem aproveitada (quem não conhece o tema do Rocky?).

Com uma estrutura narrativa praticamente igual, Stallone ganha os méritos não pela direção e atuação, mas pela a história e o envolvimento com o personagem, algo que não encontramos nos dias de hoje. Eu não consigo enxergar um ator atual que poderia ser o Rocky. Em seis filmes, Stallone conseguiu resumir não só a vida de Rocky Balboa, mas também a sua. O ator cresceu junto com o personagem e criou uma grande história de superação. Mostrando que não é sobre o quanto você consegue bater, mas o quanto você consegue aguentar a pancada e seguir em frente, o que, no fim, era a estratégia de Rocky e a de Stallone.


- Bilbo

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