sábado, 18 de janeiro de 2014

Crítica de "Tarzan - A Evolução da Lenda"

O rei da selva está volta aos cinemas! Depois de uma excelente animação de 1999, produzida pela poderosa Disney, a lenda de Tarzan volta aos cinemas em estilo de captura de movimento. Com o objetivo de atualizar a história de Tarzan, o filme conta a história de um menino que perdeu os pais muito cedo no meio da selva em uma espécie de acidente de helicóptero. O garoto acabou acabou sendo criado por gorilas que habitavam a selva. Após crescido, o menino chamado Tarzan encontra uma garota chamada Jane e apaixona-se à primeira vista. Nessa história (igual a original), os roteiristas apenas atualizam os meios de comunicação, a forma de se vestir, mas o roteiro tem praticamente os mesmos princípios que a animação da Disney. Mas isso não quer dizer que a obra se iguala à sua anterior. Na verdade, a versão atual é bem mais fraca e vou explicar o porquê.

O roteiro do filme é muito preguiçoso. Tarzan tem um desenvolvimento muito superficial, a dor da morte de seus pais quase nunca é retratada e a sua personalidade quase não se diferencia da dos macacos. O seu amor com Jane é muito forçado, afinal a garota não apresenta rejeição em nenhum ponto do filme e a relação amorosa entre eles é muito falsa. Uma coisa que eu senti falta foi o desenvolvimento dos macacos. Durante o longa inteiro os macacos não são apresentados de forma a serem importantes para a história. Dessa forma, o público não se apega muito a eles, diferente do longa da Disney, onde os macacos eram extremamente importantes e as relações como comunidade deles eram muito bem retratadas. Além de possuir uma trama previsível, o filme apresenta um tom sombrio totalmente desnecessário. Tratando-se de uma animação voltada para crianças, os roteiristas tinham a oportunidade de introduzir alguns alívios cômicos e piadas, mas estes não aparecem durante o desenrolar da trama. Já que não possui nenhuma parte cômica espera-se cenas dramáticas e de superação, porém o longa não nos dá isso. A única coisa que o filme passa é a ambição dos homens em busca de seus objetivos, sem comédia ou drama. Resultado: o público torna-se indiferente à história.

A direção é do alemão Reinhard Klooss ("Animais Unidos Jamais Serão Vencidos"). O diretor apresenta uma timidez para movimentos de câmera complexos, prendendo-se apenas à retratação das situações e personagem presentes no roteiro. Além disso, o diretor errou ao escolher fazer o filme em captura de movimento. Não que a captura seja ruim, pelo contrário, a captura é muito fluida e possui um alto índice de qualidade. Mas, deixando de fazer em animação, o diretor perdeu os traços que deixam os personagens caricatos e não fazendo da forma live-action ele perdeu a oportunidade de uma boa interpretação de algum ator. Dessa forma, o filme ficou sem personagens caricatos e sem desenvolvimentos profundos, prejudicando ainda mais o desenrolar da história. Como já disse o desempenho gráfico do filme é excelente, assim como sua ambientação. A selva é muito bem detalhada, assim como os traços dos personagens.

Provavelmente a bilheteria do filme não será muito alta. Mesmo tratando-se de um filme infantil, essa nova história não precisa ser vista pelas crianças. Às vezes o longa chega a ser entediante, por isso um conselho: se está pensando em assistir algum filme do gênero no cinema assista "Frozen - Uma Aventura Congelante" pois a diversão e o entretenimento serão muito maiores. O filme deixa a certeza de que o Tarzan não precisava ser "apopizado", desperdiçando a excelente lenda do rei da selva para tentar demonstra poder gráfico.

Nota: 

- Demolidor

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