quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Crítica de "Ender's Game - O Jogo do Exterminador"

Mais uma adaptação literária nos cinemas brasileiros. Agora é a vez de adaptar a obra de Orson Scott Card para as telonas. A história situa-se numa futura Terra onde alienígenas já a invadiram e mataram grande parte da população. Nesse panorama, a Força Militar Terrestre começa a recrutar crianças para treinarem desde cedo e aprenderem táticas e estratégias sobre o inimigo. É nesse treinamento que surge o protagonista Ender (Asa Butterfield), um garoto com táticas e estratégias que surpreendem à todos e que o leva a ser o Comandante da Frota inteira. Agora o garoto precisa usar suas táticas para defender a Terra dos alienígenas e acabar de vez com a raça deles para, assim, acabar com a guerra de uma vez por todas. O roteiro possui um bom desenvolvimento na primeira metade do filme, onde acompanhamos o treinamento de Ender e a inveja que os outros sentem pelo garoto, além da saudade de casa explicitamente mostrada. Porém a segunda metade, mesmo tendo uma pegada interessante de tensão, é meio confusa e mal trabalhada. Os interesses dos humanos mudam de uma hora para outra de forma inexplicável. Os personagens possuíram um bom desenvolvimento, mas esse desenvolvimento sofreu um pouco com a mudança drástica no tom do roteiro. O desenvolvimento de Ender estava excelente, acompanhávamos a jornada de um herói inseguro, mas, de repente, as caracterísitcas dele mudam e o levam a fazer coisas sem sentido para o contexto do filme.
O elenco do filme é excepcional. Asa Butterfield possui uma grande atuação, fazendo tudo o que o roteiro pede e dando as características necessárias à seu personagem. Harrison Ford também possui uma ótima atuação, voltando a fazer um filme de ficção científica (gênero que o consagrou) e passando a imagem de um comandante severo, mas, mesmo assim, com respeito aos recrutas. Ben Kingsley possui uma atuação caricata, nunca deixa explícito se está a favor de Ender ou contra ele.
A direção é de Gavin Hood ("X-Men Origens: Wolverine"). Sua movimentação de câmera é irregular, mas na maior parte das vezes, as escolhas tomadas foram as certas para determinada cena. O diretor acertou na contratação do elenco coadjuvante que é excelente e que demonstra tudo o que o diretor gostaria de passar para as telas.
O visual do filme é vislumbrante. Os efeitos especiais são muito bem trabalhados e a fotografia com a Terra ao fundo é belíssima. Os efeitos sonoros são bem feitos e a caracterização do uniforme dos garotos é bem interessante, passando uma imagem bem bonita ao espectador. A maquiagem do personagem de Ben Kingsley é caricata e propõe uma sensação de profundidade ao personagem, acertando nesse quesito.
O filme apresenta a jornada de um herói no início, mas muda o tom no final fazendo com que o público se confunda um pouco sobre a pegada do filme. Filme apresenta ótimo elenco, efeitos visuais vislumbrantes, mas apresenta erros dispensáveis na finalização do clímax do roteiro.

Nota:

                                                                                                                   - Demolidor

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