quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Crítica de "O Mordomo da Casa Branca"

A mais nova produção e direção de Lee Daniels (do premiado Preciosa - Uma História de Esperança) está nos cinemas e vem agradando muita gente. O filme se passa inicialmente no ano de 1926, numa plantação de algodão na região de Malcon, Estados Unidos. A história acompanha Cecil Ganes (Forest Whitaker), que vê seu pai sendo morto a sangue frio e sua mãe abusada sexualmente quando ainda era uma criança, após esse ocorrido a dona da fazenda, chamada Annabeth (Vanessa Redgrave) decide criá-lo como um criado da casa, ensinando-o a se comportar e servir as pessoas adequadamente. Após algum tempo o rapaz sai da fazenda e procura emprego na cidade, mas as oportunidades eram bem escassas e numa tentativa de roubar um bolo para se alimentar ele conhece um empregado do hotel, que o arranja um emprego naquele estabelecimento, trabalhando como mordomo. Depois de algum tempo, ainda trabalhando no hotel, sua vida muda para sempre, quando é convidado para trabalhar na Casa Branca, em Washington, servindo o próprio presidente, políticos e convidados que vão ao local. A história também mostra vários fatos que mudaram a história dos Estados Unidos, como o assassinado do presidente Kennedy (James Marsden), a segregação racial que ocorria em grande escala nos Estados Unidos e a posse do atual presidente, o democrata Barack Obama, que no filme é muito apoiado politicamente pela família de Cecil. O filme apresenta um roteiro muito bom e inteligente, conseguindo mostrar como as decisões feitas na Casa Branca conseguiram interferir na vida pessoal de Cecil e das pessoas que o rodeiam.

Os personagens foram excepcionalmente criados, como seus respectivos atores foram escolhidos, conseguindo demostrar o drama e a compaixão vividos na trama, com todas as mudanças e perigos passados por eles. A atuação de Forest Withtaker como personagem principal foi comovente, principalmente pelo fato dele conseguir mostrar que após sofrer tanto, o personagem Cecil se adapta a viver no "mundo dos brancos" e ensina isso a seu filho, numa cena muito interessante e  importante para o desenrolar da história. Um dos personagens que mais se destacou foi a mulher de Cecil, Gloria Ganes, vivida por ninguém menos que Oprah Wrinfey, famosa apresentadora americana, que demonstrou emoção e raiva nas horas certas, tornando sua atuação esplendida. Também foi importante para o desenrolar da história a ótima atuação dos outros dois mordomos, Carter Wison e James Holloway (Cuba Gooding Jr. e Lenny Kravitz) que em algumas cenas utilizaram do artificio cômico para dar uma leveza a conversa, o que funcionou bem.

O filme não apresenta efeitos especiais muito relevantes e o figurino é bonito e variado, já que o filme se passa dos anos de 1920 até os dias de hoje, representando muito bem os valores daquela época. A maquiagem foi muito bem investida, mostrando os personagens principais envelhecendo e mantendo seus contornos principais, o que é muito importante para uma boa maquiagem.

No fim, o filme se torna carismático e interessante para o espectador, demonstrando as dificuldades vividas pelo povo negro da população americana, do Klu Klux Klan (grupo radicalista que caçava os negros), a morte de Luther King, até a eleição do primeiro presidente negro dos Estados Unidos. Assim, com um elenco forte, personagens bem construídos e um roteiro comovente, O Mordomo da Casa Branca se torna um excelente filme e um forte candidato ao Oscar 2013.

Nota : 



                                                                                                                       -Vader


                                                






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