quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Crítica de "Capitão Phillips"

Um novo filme estrelado por Tom Hanks estreia nos cinemas brasileiros. Dessa vez, o ator interpreta o capitão de um navio cargueiro chamado de Richard Phillips. Tudo está indo bem, até que eles são abordados por um grupo de piratas somalianos liderados por Muse (Barkhad Abdi) e Phillips é sequestrado por esses piratas em troca da segurança de sua tripulação. A partir daí, o roteiro foca nos somalianos com o capitão mantido refém e as negociações com a Marinha Americana. O roteiro é baseado na biografia de Richard Phillips, ou seja, é uma adaptação. O roteiro preza principalmente a realidade. Logo no início do filme, é mostrado a Somália e podemos perceber o quão pobre o país é e como é difícil ter uma boa qualidade de vida lá. Com essa premissa, entendemos que os piratas são - nada mais nada menos - do que pessoas necessitadas de dinheiro e que usam da violência para conseguir seus objetivos. O grupo dos piratas liderados por Muse é muito bem desenvolvido. Os conflitos internos decorrentes da inexperiência do grupo e a posição de cada um perante ao outro são retratados de uma forma notável. Outra coisa interessante do roteiro é que ele também apresenta o lado da Marinha americana. Os movimentos da Marinha, as negociações, as ordens, tudo foi bem retratado. Na verdade, esses movimentos me lembraram muito os romances de Tom Clancy, que sempre deixava bem claro as estratégias militares. O próprio Capitão teve um bom desenvolvimento, passando uma imagem de herói e demonstrando que para ser um comandante fiel à sua tripulação ele não precisa seguir a frase "O Capitão nunca abandona seu navio", mas sim protege-los da melhor forma possível.
O elenco é dotado de poucos atores. O que achei interessante é que os atores que interpretam os piratas são africanos. Isso demonstra uma realidade imprescindível e mostra que a preocupação do roteirista era contar a história da forma mais real possível, pois ele poderia escolher qualquer ator americano "encostado" em Hollywood. Os que possuem mais tempo de tela são os piratas e o Capitão. O ator Barkhad Abdi (interpretando Muse) dá vida a um personagem difícil. Seus atos, suas ordens, tudo condiz com o que realmente aconteceu, além de suas expressões faciais que deixam qualquer um acreditando que ele realmente é um pirata. Seu desempenho foi tão bom que me atrevo a dizer que o vilão é um dos melhores que eu já vi no cinema em 2013. Tom Hanks, no papel principal, faz um excelente trabalho. Ele trabalha a personalidade heroica do capitão, nunca deixando de lembrar o amor pela família. Tom Hanks propõe um herói real ao público de uma forma emocionante. Existem cenas que simplesmente acredita-se que ele está vivendo a situação. Acho que nunca vi um trabalho como esse do ator desde 2001 no filme "Náufrago" (parece que o ator se dá bem com histórias situadas no mar). Dessa forma recuperamos um grande ator, que precisava de um bom personagem para elevar sua autoestima e recuperar a forma que o fez merecedor de dois prêmios Oscar.
O longa é dirigido por Paul Greengrass ("O Ultimato Bourne") conduz bem a direção. A direção não é notável, pois ele apresenta uma situação tensa do início ao fim, e isso prende a atenção do espectador. Mas os movimentos de câmera são inteligentes, usufruindo das ambientações permitidas a cada cena. No mar, por exemplo, a câmera toma várias direções, fazendo com que compreendamos a imensidão do oceano e a nossa insignificância perante à eles. Os cortes foram bem feitos, nada perceptível.
Os efeitos visuais do filme foram bem conduzidos (também). A fotografia é bem bonita, mostrando a beleza do oceano e também condiz com a tensão do roteiro nas cenas de contato entre os piratas e a marinha. O interior da baleeira onde se passa a maior parte do filme possui uma boa ambientação e a fotografia consegue dividir as partes do barco. Não existem efeitos especiais no longa, mas estes não fazem falta. A trilha sonora do filme é bem encaixada, acompanhando os momentos de emoção, tensão e heroísmo.
O filme é uma mescla de suspense com ação e requere atenção. Ele provoca diferentes emoções, mas no final, agrada. É essencial para quem quer ver um dos melhores filmes do ano. Um excelente thriller que retrata o heroísmo do Capitão Phillips, retomando Tom Hanks a sua antiga (e ótima) forma.
Nota:


                                                                                                                    - Demolidor

Nenhum comentário:

Postar um comentário