terça-feira, 26 de novembro de 2013

Crítica de "Blue Jasmine"

Mais um filme de Woody Allen nos cinemas brasileiros. Agora, o diretor sai da paisagem europeia presente nos filmes anteriores como em "Meia Noite em Paris" e "Para Roma Com Amor". Ele volta ao bom e velho Estados Unidos, palco das suas maiores obras. O roteiro do longa baseia-se em Jasmine, (Cate Blanchett, a Galadriel de "O Senhor dos Anéis") uma mulher que perde todo o dinheiro de seu marido Hal (Alec Baldwin), que a sustentava. Ela precisa morar com sua irmã Ginger (Sally Hawkins) em São Francisco e lá passa por diversas situações em que seu ego fala mais alto. O roteiro é escrito por Woody Allen e segue o estilo de seus antigos filmes. Os personagens possuem relações profundas e inusitadas, causando divertimento, ao mesmo tempo que reflete problemas na sociedade atual (típico dos filmes do roteirista). Os personagens principais são bem apresentados, porém Jasmine destaca-se. Ela é uma mulher que não sabe viver independente, sem alguém para sustenta-la financeiramente. Por conseguinte, isso afeta seu desenvolvimento psicológico quando ela começa a ter surtos e a falar sozinha. A personagem foi inventada de uma forma criativa e mesmo com seus problemas, ela se apega ao público, de uma forma caricata. O roteiro mescla entre o passado e o presente. No passado, acompanha-se a personagem com seu marido e vai descobrindo-se o que a levou à falência. A troca dos tempos cronológicos foi feita de uma forma dinâmica, não causando confusão e sempre relacionando os fatos presentes com os fatos passados.
O elenco possui uma boa desenvoltura. Cate Blanchett, uma atriz versátil, possui uma ótima interpretação para um personagem difícil. Todas as emoções e psicoses passadas pela atriz emitem um realismo e condiz com sua situação. Alec Baldwin ("Os Fantasmas se Divertem", "A Caçada ao Outubro Vermelho") também brilha com sua atuação. Nas cenas em que os dois estão juntos, percebe-se um entrosamento e uma qualidade na interpretação e no realismo ao passar uma relação com base em mentiras e futilidade. Os outros atores possuem boas atuações, talvez os namorados da irmã não tenham sido tão realistas, mas eles não fazem diferença para a história.
 A direção de Woody Allen é boa. Ele consegue pegar ângulos em que realça as emoções dos personagens e aproveita a ambientação para causar uma certa profundidade. Como é típico de seus filmes, a ambientação foca-se em lugares fechados e o filme desenrola-se a partir dos diálogos (isso lembra muito um teatro). A fotografia é bonita, os pontos turísticos de São Francisco são bem usados para realçar a beleza do lugar e remetem clássicos que passaram por lá como por exemplo "Um Corpo que Cai" de Alfred Hitchcock.
A diversão que o filme proporciona está ambientada nos detalhes. Quando se presta atenção nos diálogos e na criação das situações, existe um divertimento. Não posso dizer que é um filme para se gargalhar, mas sim para divertir e refletir. Os alívios cômicos são certeiros e promovem uma grande diversão para o público. Não é um dos melhores filmes do diretor, mas ainda assim é Woody Allen.

Nota:

                                                       - Vader e Demolidor
 

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