terça-feira, 27 de agosto de 2013

"X-Men"

Depois da espera de muitos fãs, o primeiro grande filme de heróis da Marvel foi lançado. Já existia, é claro, a série Blade. Mas ninguém ligava para esse personagem. O que o público queria realmente ver era o grupo de mutantes nas telonas. E, em 14 de julho de 2000, esse sonho virou realidade. Mesmo que não por causa da Marvel. O estúdio responsável pelo projeto é a Fox, que havia comprado os direitos cinematográficos dos personagens desse universo.
Era esperado que, por causa desse tipo de estreia, o roteiro fosse muito explicado e fácil. Mas surpreenderam a todos, com um filme digno dos personagens que ali estão. A começar pela introdução. A primeira metade do filme - mesmo recheada de ação - é uma grande introdução aos personagens e ao universo em que vivem. Um dos principais acertos do longa é abordar um tema sempre tratado nas HQs dos X-Men, que é a sua aceitação na sociedade. Logo no começo, já é mostrado que a maioria dos humanos quer que exista um controle maior dos mutantes, por medo do que sabem que eles podem fazer e do que não sabem. Outro ponto bom do roteiro é o desenvolvimento de personagem. O drama do Wolverine (Hugh Jackman) é bem explorado, mesmo não revelando muito sobre a sua origem, provavelmente o estúdio já estava pensando em "X-Men Origens - Wolverine" - um filme que, tratando-se de super-heróis, nunca deveria ter existido. Alguns dos pontos mais legais do roteiro são as aparições da Mística (Rebecca Romijn) - mutante capaz de se transformar em outras pessoas - que as vezes até enganam o espectador.
O elenco é cheio de nomes de peso, como Hugh Jackman, Patrick Stewart (Professor X), Ian McKellen (Magneto), Halle Berry (Tempestade)... . As atuações de Stewart e McKellen são muito boas. Afinal, precisavam ser, tratando-se de personagens com passados já bem explorados em outras mídias. Porém, além desses nomes, alguns atores não se saíram bem no longa. É o caso de Anna Paquin (Vampira) - que é uma das protagonistas - e Shawn Ashmore (Homem de Gelo). Os dois formam um casal no filme, mas as pessoas que os interpretam podiam ter sido melhor selecionadas. Hugh Jackman provou nesse filme que havia vindo pra ficar - hoje em dia já tem seis filmes interpretando o herói e gravando o sétimo. A única ressalva sobre o ator é que, por sua contratação inesperada, estava fora de forma para fazer a fera. Mas não é nada que prejudique o longa.
Visualmente não há nem o que falar. Como a maioria das super produções de Hollywood, os efeitos visuais são muito bons - o que, de forma alguma diminui seus méritos. Era um filme que requeria muitos efeitos computadorizados raramente usado na história do cinema, como a regeneração Wolverine, os poderes da Tempestade, a transformação da Mística, dentre muitos outros. Mas, mesmo assim, foram bem trabalhados e deixaram o longa muito bonito visualmente.
A direção de Brian Synger ("X-Men 2",  "X-Men - Primeira Classe" e futuramente "X-Men - Dias de um Futuro Esquecido") é muito boa. Mostra que o diretor sabe lidar com circunstâncias complicadas. Como já citado antes, esse filme foi muito importante para a Marvel nos cinemas. Sem eles, os filmes de super-herói não estariam fazendo tanto sucesso como estão hoje em dia. Lidou com essa situação muitíssimo bem, criando um filme super equilibrado. A ação é pontual e tensa. O desenvolvimento de personagem e universo não é cansativo. E a situação em que os mutantes se encontram é bem criada. Além disso, não é fácil trabalhar com um filme com tantos protagonistas na história e estrelas no elenco. Brian Synger foi a pessoa certa para este filme.
No fim de tudo, o longa é legal de ser assistido e obrigatório para fãs de super-heróis. Não sei se o Professor Xavier está me incentivando a dizer isso, mas o filme é divertido e contém uma moral por trás, apresentada de um jeito dinâmico e, sempre explorando o drama das minorias, mesmo que essas sejam compostas por feras ou telepatas.


- Bilbo


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